Anoitecer
Meu corpo, submerso na escuridão da noite
Anseia em melancólico movimento torpe,
Deseja no íntimo de sua egoísta orbe,
A fugacidade do solipsista
açoite
Minh’alma,
escura como o breu noturno
Geme
sua desgraça ao universo sombrio
Berra
seu infortúnio enquanto anseio
A
reviravolta onírica, a redenção de Saturno
Aguarda
o fim de tão desgraçada chaga
Da
solidão numênica que o corpo traga,
À
aversão voraz à tese camusiana
E
enfim se encena a volúpia eterna,
Que
em último ato a realidade encerra,
Deleita
a pútrida alma mundana
Aranha Ribeiro